Notícia
Uma das Mesas Redondas Ministeriais do Simpósio de Alto Nível sobre a Água, integrado no Congresso dos Oceanos a realizar em Lisboa na próxima semana, aborda a cooperação na gestão dos serviços de águas e das zonas costeiras. Os tópicos são o águas costeiras e ecossistemas, recursos hídricos superficiais e subterrâneos, serviços de água potável, águas residuais e águas pluviais, e governação e parcerias.
Apresenta-se seguidamente uma tradução livre da “concept note” para essa Mesa Redonda, intitulada “Existing successful and innovative partnerships to support the implementation of SDG 6 and 14: challenges, opportunities and actions”, podendo ser vista na sua versão original em inglês no documento anexo.
Concept note – Roundtable 3_V1
Introdução
As Nações Unidas, com o apoio dos Governos de Portugal e do Quénia, vão acolher a Conferência dos Oceanos da ONU, em Lisboa, de 27 de junho a 1 de julho de 2022. No âmbito desta Conferência haverá um Simpósio de Alto Nível sobre a Água “Bridging SDG 6 e ODS 14” que incluirá três mesas redondas ministeriais, uma delas sobre “Parcerias bem sucedidas e inovadoras existentes para apoiar a implementação dos ODS 6 e 14: Desafios, oportunidades e ações”.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015, é um apelo urgente para que todos os países se reúnam e alcancem o desenvolvimento harmonioso. Entre os objetivos estão os ODS 6 e 14 que procuram respetivamente “garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos” e “conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”. Complementarmente importa considerar também o ODS 17, “reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável”. Estes três objetivos são essenciais e necessitam de uma maior atenção na agenda política e de uma ação global urgente.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
É importante começar por recordar as principais metas dos ODS 6, 14 e 17.
O ODS 6 tem como metas garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos. As metas incluem o seguinte: alcançar um acesso universal e equitativo a água potável segura e acessível para todos; conseguir o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos e acabar com a defecação a céu aberto; melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando as descargas e minimizando a libertação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo para metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e a reutilização segura a nível global; aumentar substancialmente a eficiência da utilização da água em todos os sectores e garantir captações e abastecimento sustentáveis de água doce para fazer face à escassez hídrica; assegurar a gestão integrada dos recursos hídricos a todos os níveis, incluindo através da cooperação transfronteiriça, se necessário; proteger e restaurar os ecossistemas ligados à água, incluindo montanhas, florestas, zonas húmidas, rios, aquíferos e lagos; alargar a cooperação internacional e o apoio ao reforço das capacidades dos países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados com a água e saneamento, incluindo recolha de água, dessalinização, eficiência hídrica, tratamento de águas residuais, tecnologias de reciclagem e reutilização; e apoiar e reforçar a participação das comunidades locais na melhoria da gestão da água e do saneamento.
O ODS 14 procura conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para um desenvolvimento sustentável. As suas metas mais relevantes para os serviços de águas e recursos hídricos incluem: prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, nomeadamente das atividades terrestres, incluindo os detritos marinhos e a poluição dos nutrientes; gerir e proteger de forma sustentável os ecossistemas marinhos e costeiros para evitar impactos adversos significativos, nomeadamente através do reforço da sua resiliência, e tomar medidas para a sua restauração, a fim de assegurar oceanos saudáveis e produtivos; aumentar os benefícios económicos para os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e para os países menos desenvolvidos da utilização sustentável dos recursos marinhos, nomeadamente através da gestão sustentável das pescas, aquacultura e turismo; e aumentar o conhecimento científico, desenvolver capacidade de investigação e transferir tecnologia marinha.
O ODS 17 pretende reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. As metas mais relevantes para as águas costeiras, as águas interiores e os serviços de águas incluem o seguinte: os países desenvolvidos devem concretizar plenamente os seus compromissos oficiais de assistência ao desenvolvimento; mobilizar recursos financeiros adicionais para os países em desenvolvimento a partir de múltiplas fontes; reforçar a cooperação regional e internacional sobre o acesso à ciência, à tecnologia e à inovação e melhorar a partilha de conhecimento; promover o desenvolvimento, a transferência, a divulgação e a difusão de tecnologias ecológicas para os países em desenvolvimento; operacionalizar plenamente o banco tecnológico e os mecanismos de capacitação em ciência, tecnologia e inovação para os países menos desenvolvidos e potenciar a utilização de tecnologias, em particular de informação e comunicação; reforçar o apoio internacional à implementação eficaz e direcionada de capacidades nos países em desenvolvimento para apoiar os planos nacionais de implementação de todos os objetivos de desenvolvimento sustentável; melhorar a parceria global para o desenvolvimento sustentável, complementada por parcerias entre partes interessadas que mobilizem e partilhem conhecimento, tecnologia e recursos financeiros, e incentivem e promovam parcerias eficazes públicas, públicas-privadas e da sociedade civil.
Desafios interligados
Através dos ODS 6, 14 e 17, podemos perceber que os recursos hídricos interiores, os serviços de águas, as águas costeiras e as parcerias estão interligados de diversas formas, quer no impacto nas águas costeiras devido às águas interiores, quer no impacto nas águas interiores devido às águas costeiras, quer ainda no impacto nos serviços de águas, urbanos e agrícolas devido às águas costeiras.
Impacto nas águas costeiras devido às águas interiores:
Impacto nas águas interiores devido às águas costeiras:
Impacto nos serviços de águas, urbanos e agrícolas devido às águas costeiras:
Áreas de ação
Para minimizar esses impactos, necessitamos de:
Questões a serem abordadas:
Acompanhe em direto este debate através do canal UN Web TV das Nações Unidas, no link: https://media.un.org/en/asset/k1q/k1qpyfofnv, no próximo dia 27 de junho, das 14h00min às 18h00min.
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