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Notícia

A água e a guerra na Ucrânia

Mais de seis milhões de pessoas na Ucrânia lutam diariamente para ter acesso a água potável, devido à destruição dos sistemas de águas e também de energia provocada pela guerra. A situação é especialmente crítica no leste do país, onde cerca de 1,4 milhões de pessoas já não têm água potável ao seu dispor, enquanto outras 4,6 milhões de várias zonas da Ucrânia estão com acesso limitado a esse recurso.

Desde o início da invasão russa, há perto de dois meses, registaram-se no leste da Ucrânia pelo menos vinte incidentes que provocaram danos em infraestruturas de água. A situação é particularmente crítica em Mariupol, onde dezenas de milhares de pessoas estão a usar fontes contaminadas de água, enquanto nas cidades das regiões de Donetsk e Lugansk mais 340 mil pessoas correm o risco de perder o acesso a água potável, uma vez que um dos principais reservatórios está em risco de secar.

A má qualidade da água pode provocar doenças, incluindo cólera, diarreia, infeções cutâneas e outras doenças infeciosas mortais. Adicionalmente, as pessoas têm de viver confinadas em espaços exíguos e não conseguem seguir medidas básicas de higiene, ou seja, o saneamento não é adequado e contribui para essas doenças.

Embora, há cerca de um ano, o Conselho de Segurança das Nações Unidas tenha aprovado, por unanimidade, uma resolução a determinar que todas as partes em conflitos armados têm a obrigação de proteger as infraestruturas civis, incluindo sistemas de água, saneamento e eletricidade, elas têm vindo a ser destruídas durante a guerra na Ucrânia, dificultando dramaticamente o acesso das pessoas a esses serviços essenciais.

Mas o problema é mais profundo do que isso.

Na era soviética foi construído um canal para desviar água do rio Dnieper para áreas áridas da região de Kherson e da Crimeia, que fornecia 85% das necessidades da península.

Em 2014, com a anexação da Crimeia pela Rússia, a Ucrânia cortou em mais de 80% o abastecimento de água àquela região, construindo uma barragem de betão, afetando as colheitas agrícolas.

Agora, pouco depois do início da sangrenta invasão da Ucrânia, o exército russo destruiu essa barragem libertando novamente o escoamento de água para a Crimeia, numa ação simbólica e útil para o lado russo.

Esta não é a primeira vez que a água desempenha um papel na relação da Ucrânia com o seu vizinho. Alguns anos antes da atual invasão, os combates em áreas separatistas do leste da Ucrânia danificaram frequentemente as infraestruturas de água. Chegaram a atingir colateralmente uma conduta adutora em 2019, com mais de três milhões de pessoas a ficarem sem água.

Assim, o papel da água não foi o de um desencadeador do conflito entre a Rússia e a Ucrânia pela sua posse e utilização. Mas a água tem sido utilizada como uma arma de guerra enquanto recurso e, enquanto serviço, tem sido mais uma vítima por destruição das suas infraestruturas.

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Mensagem de boas-vindas

A visão da Associação LIS-Water – Lisbon International Centre for Water é contribuir para um mundo melhor através de uma melhor governança da água. Promove assim serviços de abastecimento de água e de gestão de águas residuais e pluviais mais eficazes, eficientes e resilientes, no quadro dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

Estes serviços de águas são essenciais para o bem-estar dos cidadãos e para as atividades económicas, com um claro impacto na melhoria da saúde pública, da sustentabilidade ambiental e da mitigação de riscos, nomeadamente decorrentes de alterações climáticas. Geram benefícios em termos de criação de emprego, de crescimento económico, de incremento da estabilidade social e de redução de conflitos, contribuindo para uma sociedade mais desenvolvida, pacífica, equitativa e saudável.

A missão da LIS-Water é assim reforçar as políticas públicas, a regulação e a gestão dos serviços de águas para benefício da sociedade, integrando o melhor conhecimento em gestão, economia, engenharia, direito, ciências sociais, comunicação e noutras áreas relevantes.

Em conjunto com os seus parceiros, a associação pretende disponibilizar e produzir o melhor e mais atualizado conhecimento a nível internacional e transferi-lo continuamente para decisores, profissionais da água, indústria e sociedade.

Daremos assim o nosso contributo para que se atinjam os grandes desígnios da Humanidade relativos a uma melhor governança da água, por um mundo melhor.

O Conselho de Administração

Rita Brito

Presidente do Conselho de Administração

Eduardo Marques

Vogal do Conselho de Administração

José Matos

Vogal do Conselho de Administração

Cuidamos dos serviços de águas, essenciais ao bem-estar da sociedade.

Os membros da LIS-Water representam os principais agentes do setor da água em Portugal.

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Instituição pública de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico de Portugal, sendo um dos maiores laboratórios de engenharia civil do mundo.

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Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente (AEPSA)

Associação empresarial que representa e defende os interesses coletivos das empresas privadas com intervenção no setor do ambiente, constituindo-se como um interveniente dinamizador do desenvolvimento do mercado do setor do ambiente.

Parceria Portuguesa para a Água (PPA)

Rede de entidades que visa desenvolver sinergias e maximizar potencialidades para o desenvolvimento do sector da água no mundo, promovendo a alianças e parcerias entre as instituições nacionais e nações empenhadas no uso sustentável da água e na valorização dos recursos hídricos.

Grupo Águas de Portugal (AdP)

O Grupo AdP é responsável pela gestão integrada do ciclo urbano da água, prestando serviços aos Municípios, que são simultaneamente acionistas das empresas gestoras dos sistemas multimunicipais, e serve diretamente as populações através de sistemas municipais de abastecimento de água e de saneamento.

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